LOCAL: Capela Beato João Paulo II
TEMA:
HUMILDADE
“O primeiro passo na busca da verdade é a
humildade. O segundo, a humildade. O terceiro, a humildade. E o último, a
humildade!” (Santo Agostinho)
“A
humildade é a verdade” (Santa Teresa de Ávila)
HUMILDADE:
RAIZ DE TODAS AS VIRTUDES
“A humildade, dizia São Gaspar, é a
mãe de todas as virtudes.” É o terreno fértil, que permite às sementes lançar
raízes, germinar e chegar à maturação. Sem humildade no coração, nada nasce.
Sem humildade, não há virtude que
possa existir numa alma. Possua embora todas as virtudes, fugiriam todas ao lhe
fugir a humildade.
A palavra “humildade vem do latim “humus”
(terra) e, segundo Santo Isidoro, indica
o comportamento espiritual de quem não
se distancia muito da terra, mas se volta para o baixo.
A humildade tem duplo fundamento: a
verdade e a justiça: a verdade, faz que conheçamos a nós mesmos tais quais
somos; a justiça, que nos inclina a tratar-nos em conformidade com esse
conhecimento.
Santo Tomás de Aquino diz que: “Para
nos conhecermos a nós mesmos, é necessário ver o que em nós pertence a Deus e o
que nos pertence a nós, como próprio; ora, tudo quanto há de bom vem de Deus e
a Deus pertence, tudo quanto há de mau ou defeituoso vem de nós”.
A justiça exige, pois,
imperiosamente que se dê a Deus, e a Deus só, toda a honra e glória:“Amém! O
louvor, a glória, a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força
pertencem ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amém!” (Ap 7, 12).
Não há dúvida que alguma coisa boa
há em nós: o nosso ser natural e sobretudo
os nossos privilégios sobrenaturais. A humildade não nos impede de os
ver e admirar; mas, assim como quando se admira um quadro, é para o artista que
o pintou que vai a nossa homenagem e não para a tela, assim também, quando
admiramos os dons e graças de Deus em nós, é a Ele e não a nós mesmos que se
deve dirigir a nossa admiração (Tanquerey).
Tanquerey diz que: “Devemos, pois,
por justiça, amar as humilhações, aceitar todas as afrontas; se nos dizem que
somos avaros, desonestos, orgulhosos, devemos convir nisso, porque conservamos
em nós a tendência a todos esses defeitos”.
JESUS
E A HUMILDADE
Jesus Cristo diz em Mt 11, 29:
“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Santo Agostinho comenta:
“Ele não nos pede que o imitemos na fabricação do mundo, na criação dos seres
visíveis e invisíveis, na realização das obras maravilhosas, mas na humildade
de coração”.
O Coração de Jesus é um oceano
infinito de virtudes, é um imenso jardim, onde Ele nos convida a entrar e
colher a flor perfumada da humildade.
Jesus Cristo revelou a sua humildade
em todas as ações. Se operava milagres, recomendava que fossem velados no silêncio;
se as multidões, deslumbradas por seus milagres, procuravam proclamá-lo rei,
desaparecia e não se deixava encontrar.
Toda a vida de Jesus foi uma escola
de humildade, principalmente a sua morte na cruz: “Humilhou-se a si mesmo
fazendo-se obediente até à morte, e morte de cruz” (Fl 2, 8).
Pela humildade e pela humilhação
Jesus se tornou o 'novo Adão' que salvou o mundo (Rom 5,12s). Maria, a mãe do
Senhor, tornou-se a 'nova Eva', ensina a Igreja, porque na sua humildade
destruiu os laços da soberba da primeira virgem.
OS
DOZE GRAUS DA HUMILDADE SEGUNDO SÃO BENTO
1.
O temor de Deus,
sempre presente aos olhos de nosso espírito, e fazendo-nos praticar os
mandamentos: temor dos castigos primeiro, depois temor reverencial, que remata
na adoração.
7.
Julgar-se sinceramente, do fundo do coração, o último de todos os homens. É raro este grau; os Santos chegam
lá, refletindo que, se os outros tivessem tido tantas graças como eles, seriam
melhores.
9.
O silêncio: saber
calar enquanto nos não interrogam ou enquanto não há uma boa razão de dar o
parecer, e ceder aos outros ocasião de falar. De fato, na ânsia de tomar a
palavra, há muita vaidade.
A
HUMILDADE NOS ESCRITOS DOS SANTOS
Muitos cristãos são cheios de boas
virtudes, mas infelizmente tornam-se 'inchados', pensando infantilmente que
essas boas virtudes são méritos próprios e não graças de Deus, para serviço dos
outros. Deus disse a Santa Catarina que: 'o pecador, qual ladrão, rouba-Me a
honra, para atribui-la a si mesmo'.
'O diabo orgulhoso não tolera um
espírito humilde'. É a humildade que vence o demônio sempre. São Vicente de
Paulo dizia que ele não sabe se defender contra a humildade, por ser soberbo.
Santa Teresa dizia que 'uma pessoa
caminha mais para Deus quando deixa de desculpar-se do que ouvindo dez
sermões'. E ela diz a razão disso: 'Não se desculpando, começa a adquirir a
liberdade interior e a não se preocupar se dizem dele bem ou mal'.
A extrema humildade de vários santos
os levavam a se sentirem os piores pecadores, por incrível que nos pareça.
Santa Teresa ensinava às suas monjas dizendo:'Não acrediteis ter progredido na
perfeição, se não vos julgardes piores de todas e se não desejais ser tratadas
como as últimas'.
Santo Afonso dizia que: 'Mesmo os
pecados cometidos podem concorrer para a nossa santificação, na medida em que a
sua lembrança nos faz mais humildes, mais agradecidos às graças que Deus nos
deu, depois de tantas ofensas'.
Enfim, a humildade é a grande força
daquele que quer a santidade. Santa Teresa o disse: 'Quem possui as virtudes da
humildade e do desapego bem pode lutar contra todo o inferno junto e o mundo
inteiro com suas seduções'.
O grande místico doutor, S. João da
Cruz, disse que: 'Visões, revelações, sentimentos celestes e tudo quanto se
pode imaginar de mais elevado, não valem tanto quanto o menor ato de
humildade'.
ORAÇÃO
PARA SE OBTER A VIRTUDE DA HUMILDADE
“Senhor,
Vós conheceis a minha fraqueza!
Cada
manhã tomo a resolução de praticar
a
humildade e à noite reconheço que
cometi
ainda muitas faltas de orgulho.
À
vista disto, sou tentada a desencorajar,
mas,
eu sei, o desencorajamento
é
também orgulho.
Quero
pois, ó meu Deus,
assentar
a minha esperança
somente
em Vós;
porque
Vós tudo podeis!
Dignai-vos
fazer nascer na
minha
alma a virtude que desejo.
Para
obter esta graça
da
vossa infinita misericórdia,
repetir-vos-ei
muitas vezes:
Ó
Jesus, doce e humilde de coração,
tornai
o meu coração semelhante ao vosso!”
(Santa Teresa do Menino Jesus e da
Sagrada Face)
REC – REFLEXÕES E ESTUDOS CATÓLICOS – 22/08/2012
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