Local: Capela Beato João Paulo II
TEMA: A DIVINA MISERICÓRDIA REVELADA À
SANTA FAUSTINA
(João Paulo II, na homilia da Canonização de Santa
Faustina)
JESUS SE REVELA A IRMÃ FAUSTINA
Santa
Faustina nasceu em Glogowiec, na Polónia central, no dia 25 de Agosto de 1905,
de uma família camponesa de sólida formação cristã. Desde a infância sentiu a
aspiração à vida consagrada, mas teve de esperar diversos anos antes de poder
seguir a sua vocação. Em todo o caso, desde aquela época começou a percorrer a
via da santidade. Mais tarde, recordava: "Desde a minha mais tenra idade desejei tornar-me uma grande
santa".
O Senhor a escolheu para
uma missão especial. Depois de atravessar pela “noite escura” das provações
físicas, morais e espirituais, a partir de 22/02/1931, em Plock,o próprio
Senhor Jesus Cristo começa a se manifestar à Irmã Faustina de um modo
particular, revelando de um modo extraordinário a centralidade do mistério da
misericórdia divina para o mundo e a história e novas formas de culto e
apostolado em prol desta sua divina misericórdia.
A ESPIRITUALIDADE DA
MISERICÓRDIA DIVINA
Os 5 elementos distintivos da espiritualidade da Divina Misericórdia –
que emergem a partir de sua história de fé – tocam de algum modo as mais
diversas dimensões da vida humana e conseqüentemente também da nossa fé
católica:
- liturgia (Festa da Divina
Misericórdia)
- piedade (Terço a Misericórdia)
- tempo (Novena e Hora da
Misericórdia)
- espaço (Imagem)
Nesse estudo, nos atentaremos à Imagem e à Festa da Divina
Misericórdia.
A IMAGEM DE JESUS
MISERICORDIOSO
A imagem de
Jesus Misericordioso tem origem na visão que Santa Faustina teve em 22 de
fevereiro 1931, na Polônia. Ela mesma descreve a visão que teve de Jesus em seu Diário : “À noite,
quando me encontrava na minha cela, vi Nosso Senhor vestido de branco. Uma das
mãos erguida para a bênção, e a touca tocava-lhe a túnica, sobre o peito. Da
túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o
outro pálido. [...] Logo depois, Jesus me disse: "pinta
uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: ‘Jesus, eu
confio em Vós’. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente,
na vossa capela e, depois, no mundo inteiro”.
Mais
tarde, Jesus revelaria o que esta imagem significa: “Os dois raios representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a
Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida
das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha misericórdia, quando
na Cruz o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança [...]. Feliz aquele que
viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus”. E disse
ainda:
“Ofereço aos homens um vaso, com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia. O vaso é a Imagem com a inscrição: Jesus,
eu confio em Vós [...]. Prometo que a alma que venerar esta Imagem não
perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e,
especialmente, na hora da morte [...]. Por meio
dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma
tenha, por isso, acesso a ela”.
A
primeira imagem foi pintada por Eugeniusz
Kazimierowski ,
em 1934, que seguiu estritamente as orientações de Santa Faustina para compor
os detalhes da pintura. Jesus então revelou à Santa Faustina: “O Meu
olhar, nesta Imagem, é o mesmo que eu tinha na cruz”. A pintura foi exposta
pela primeira vez no primeiro domingo depois de Páscoa, a pedido de Jesus. O
Senhor expressou o desejo de que a Igreja instituísse a Festa da Divina
Misericórdia, a ser celebrada todos os anos no primeiro domingo após a Páscoa.
Em 30 de abril de 2000, dia em que Santa
Faustina foi proclamada santa, o papa João Paulo II instituiu
a Festa da Divina Misericórdia para o mundo inteiro.
Algumas outras imagens de Jesus Misericordioso já
foram pintadas, no entanto, a Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso
(fundada em 1947 pelo padre Miguel Sopocko, mentor espiritual de Santa
Faustina) tem se empenhado para que a imagem original seja propagada, pois foi
a única pintada sob as orientações de Santa Faustina. Em 2003, a pintura passou por
uma restauração. Assim, em 2004 foi realizada uma sessão fotográfica
profissional da imagem a fim de fornecer aos fiéis um meio de divulgar a
pintura original.
Aprovada pela Igreja e
abençoada pelo presbítero, a imagem se torna para a comunidade e cada fiel um sacramental, ou seja, um sinal sagrado por meio do qual a Igreja pede a Deus
os Seus benefícios, sobretudo espirituais.
A FESTA DA DIVINA
MISERICÓRDIA
Com efeito, aos 22/02/1931, uma das primeiras revelações de Jesus à
Santa Faustina diz respeito à Festa da Misericórdia, que deveria ser celebrada
no 2º domingo da Páscoa:
“Eu desejo
que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o
pincel, seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse
domingo deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 49; cf. 88;
280; 299b; 458; 742; 1048; 1517).
A Festa é uma obra divina,
mas Ele quer que Santa Faustina se empenhe tanto em sua implantação, como em
seu incremento: “Na Minha festa, na Festa da Misericórdia,
percorrerás o mundo inteiro e trarás as almas que desfalecem à fonte da Minha
misericórdia. Eu as curarei e fortalecerei” (D. 206); “Pede ao
Meu servo fiel que, nesse dia, fale ao mundo inteiro desta Minha grande
misericórdia, que aquele que, nesse dia, se aproximar da Fonte da Vida,
alcançará perdão total das culpas e penas” (D. 300a; cf. 1072).
Santa Faustina abraça com toda a alma esta causa, pelo que exclama e reza: “Oh!
como desejo ardentemente que a Festa da Misericórdia seja conhecida pelas
almas!” (D. 505); “Apressai, Senhor, a Festa da Misericórdia, para que as almas
conheçam a fonte da Vossa bondade” (D. 1003; cf. 1041). Jesus leva a sério a
dedicação de Santa Faustina nesta missão: “Pelos teus ardentes desejos,
estou apressando a Festa da Misericórdia...” (D. 1082; cf.
1530), e por isso o demônio procura atrapalhar o seu caminho (D. 1496).
“Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo
para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia, estão abertas
as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as
almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar
e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas
todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha
medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A
Minha misericórdia é tão grande que, por toda a eternidade, nenhuma mente, nem
humana, nem angélica a aprofundará. Tudo o que existe saiu das entranhas da
Minha misericórdia. Toda alma contemplará em relação a Mim, por toda a
eternidade, todo o Meu amor e a Minha misericórdia. A Festa da Misericórdia
saiu das Minhas entranhas. Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro
domingo depois da Páscoa” (D. 699); “Desejo
conceder indulgência plenária às almas que se confessarem e receberem a Santa
Comunhão na Festa da Minha misericórdia” (D. 1109).
O POEMA DE SANTA FAUSTINA
“Amor Eterno, mandais pintar a Vossa santa Imagem
E nos desvendais a fonte da misericórdia inconcebível!
Abençoais quem se aproxima de Vossos raios,
E a alma negra se tornará branca como a neve.
Ó doce Jesus, aqui fundastes o trono da Vossa misericórdia
Para alegrar e ajudar o homem pecador:
Do coração aberto, como de uma fonte límpida,
Flui o consolo para a alma e o coração arrependido.
Que a honra e o louvor para esta Imagem
Nunca deixem de fluir da alma do homem!
Que de cada coração flua honra para a misericórdia de Deus
Agora, e em cada hora, e por todos os séculos!”
REC – REFLEXÕES E ESTUDOS CATÓLICOS – 11/04/2012
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